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Entre Lembranças, Influências e a Vivência na Escola Arte do Museu.

Como a experiência da arte-educação pode se refletir na vida adulta? Acompanhar o caminho de alguns ex-alunos e alunas pode dar pistas dessa receita de sucesso.


Entre tantos alunos que deixaram sua marca na Escola do Gato, está a Marina. Marina – hoje uma renomada empresária gastronômica – desvela um olhar íntimo sobre sua infância, influências marcantes e a relação singular com a escola que moldaram sua trajetória.


Desde os primeiros passos, Marina foi envolvida por laços familiares sólidos e festas memoráveis. Os encontros com primos e tios, as confraternizações calorosas, tudo contribuiu para a construção de uma memória afetiva que se revela presente em sua abordagem gastronômica. Nascida em Ribeirão Preto, sua casa de rua se tornava um refúgio, especialmente na rua que abrigava a Escola de Arte do Museu.

Já aí, é possível perceber a relação casa-escola. A jornada diária para a escola não era apenas um trajeto, mas uma caminhada que envolvia a casa e a rua, acompanhada por adultos carinhosos. A residência com um quintal amplo era um mundo de possibilidades, onde nadar, brincar na terra e cuidar da plantação de pomares eram atividades diárias. Animais de estimação como coelhos, pintinhos, e a peculiar paixão materna por galinhas da angola albina e tartarugas, enriqueciam sua experiência infantil.


Esta vivência se repetia no Museu que, naquela época, ainda não tinha o tamanho atual, mas já oferecia experiências que, até hoje, marcam seus alunos. Assim foi com Marina. A hora do lanche, o parque, as histórias com colegas e professores, tudo isso contribuiu para a formação de sua identidade.

“A escola é mais do que um local de aprendizado formal; é um espaço vivo, cheio de memórias, experiências e aprendizados que ecoam ao longo de toda a vida”.

A infância de Marina foi marcada por momentos de solidão criativa. Brincando consigo mesma, pedalava morros, criava esconderijos, caçava tesouros e gerenciava sua própria lojinha imaginária. Sem ter claro o que queria ser, ela se destacava por sua habilidade de criar e inventar, explorando a arquitetura e a gastronomia em seus sonhos. Na escola, essa criatividade era canalizada a partir de atividades direcionadas: além de aluna, Marina foi aluna do Ateliê de Artes, conduzido pela atual diretora de Artes e sócia Maria Bernadete.

Em casa, não faltaram exemplos. Seus pais eram figuras referenciais e a música sempre esteve presente, influenciando suas vivências. Cantar e dançar eram atividades constantes, com Toquinho e o ritmo de Roberto Carlos fazendo parte da trilha sonora de sua infância. A paixão pela comida era intrínseca à sua família, com festas e celebrações girando em torno da mesa. Mais uma vez, a sinergia entre casa e escola: as inúmeras festividades e eventos do Museu, celebrados com música e arte, ainda perduram em sua memória

No encontro entre o futuro que se estendia e o legado já consolidado, estava a pequena Marina. As histórias dos avós e dos antepassados, com fazendas, sítios e a conexão com a natureza, deixaram uma marca profunda. As memórias do quintal, com mangueira e estufa cheia de vasos de flores, proporcionavam experiências únicas, desde as gotas de chuva até subir em goiabeiras e balançar em balanços feitos para a diversão.

Dentre tantas referências, o mundo sempre foi repleto de possibilidades. A transição da arquitetura para a gastronomia trouxe um novo capítulo de experimentação e criação. A frente do Matuto Restaurante, Marina encontrou satisfação em arquitetar pratos, transmitindo emoção através de suas criações gastronômicas.

Hoje, Marina defende a liberdade de escolha, incentivando a busca pela criança interior em todos nós. Acredita que momentos de lazer e convivência são remédios essenciais para a humanidade, assim como a arte-educação para uma vida de conquistas e alegrias como a sua.